uma existência simples, numa simples cidade.
simplicidade que aninha uma vida
que de tão simples acalma o íntimo.
dizer não ao burburinho da grande cidade,
à pressa, ao falatório proverbial,
à voracidade dos acontecimentos.
os dias a passar devagar.
sempre vivi sem pressa!
quanto mais agora que me falta menos!
que me cantem os pássaros,
façam-me visitas as cigarras, as flores efêmeras,
os girassóis, os amigos e a boa música!
os livros me contarão histórias
e a minha simples cidade
será plena de tudo!
encontrarei nela tempo para amar
as pessoas, a natureza
e as coisas pequenas.
pela manhã caminharei
com passos lentos
para sentir a brisa do amanhecer.
aos amigos cederei um dedo de prosa.
as crias serão alimentadas
como convém.
após o almoço uma sesta
e à noite o vinho me fará companhia
ao som meloso do jazz.
é assim a simples cidade que desejo!
e muito mais minha do que eu dela!
para ela serei apenas a simplicidade!
Rogerio Silva, publicado no Bog Ponto de encontro
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